Programa "Ici L'Europe - Cancro: os europeus em busca de uma geração sem tabaco" France24

A redatora do relatório BECA Véronique Trillot-Lenoir e o deputado português Manuel Pizarro, deram uma entrevista à France24 no dia .

Na entrevista é expressa a posição do deputado português

“a Comissão tem condições para impor novas regras. (…) Temos de fazer algo para realmente prevenir esta epidemia de cancro que atingiu a Europa e o tabaco é a forma mais fácil de combater o cancro.”

Manuel Pizarro médico de formação acrescenta ainda

“Posso dizer, como médico e como político, que devemos ser cuidadosos. (…) não estamos completamente seguros sobre os efeitos a longo prazo deste tipo de produto. E nós não podemos. Não quero parecer radical. Não posso dizer que estes produtos levem a um hábito de fumar para os jovens. Mas o risco está lá.”

Perante a questão da Redução de Danos Tabágicos o deputado e médico Manuel Pizarro reafirma a a posição portuguesa,

“precisamos de criar regras claras para evitar produtos que os fabricantes de tabaco, que os sabores, coisas como essas para criar hábitos nos jovens.”.

Ainda sobre os sabores, quando questionado sobre qual a opinião sobre a proibição de sabores em toda a Europa, Manuel Pizarro responde

“Espero que o consigamos. Penso que é impossível atingir o objetivo de reduzir a percentagem de fumadores na Europa para 5 até 2040. Se não o fizermos.”

Estas posições portuguesas contrastam às posições mais moderadas de Trillot-Lenoir que afirma

“É simultaneamente um debate entre posições muito radicais, o de quem gostaria de o proibir completamente, e o de um movimento muito forte que pode mesmo ser descrito como um lobby que encoraja fortemente os cigarros eletrónicos. É também um debate médico e científico entre a redução e a eliminação dos riscos. Podemos ver que esta é uma questão que está efetivamente a agitar. Faça a si mesmo a pergunta: o cigarro eletrónico é menos prejudicial que o tabaco? Penso que é o único que pode ser respondido com certeza que sim, é provável que um produto aquecido seja significativamente menos prejudicial do que um produto que sofre combustão, quaisquer que sejam os elementos presentes nesses produtos. Depois disso, os cigarros eletrónicos levantam muitas outras questões. Não é certo que seja 100% eficaz como instrumento de cessação. Muitos fumadores voltam-se para o cigarro eletrónico para parar. Mas não sabemos a percentagem daqueles que realmente param. E depois, a grande preocupação é que os sabores dos cigarros eletrónicos produzam um atracão nos jovens que os leve a começar um vício em nicotina e, portanto, talvez a começar a fumar.”

Sobre a posição do deputado português Trillot-Lenoir discorda

“O grupo político de Manuel é talvez um pouco mais matizado sobre a questão. A proibição de sabores, se se proibir os sabores do cigarro eletrónico, torna-o um instrumento extremamente restritivo de usar porque o sabor é de certa forma o encanto e uma certa forma de atratividade do cigarro eletrónico. Este é um assunto real. Pessoalmente, sou a favor da sua proibição de espaços públicos fechados, porque admito que existe um risco pouco conhecido de utilização de cigarros eletrónicos a longo prazo. Não admito que possa ser posto em risco para aqueles que são numerosos por perto.”

A entrevista pode ser vista aqui

A nossa tradução pode ser encontrada aqui